quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DO TACAPE AO DRONE














Das savanas pouco restou. Da espécie, que lentamente foi-se erguendo, surgiram seres das mais diversas características. Tudo de acordo com as condições climáticas do lugar em que a espécie foi se desenvolvendo. O instinto animal preponderante foi a marca de sobrevivência e perpetuação. Quem diria que depois de milênios as armas de destruição seriam o brinquedo favorito de mentes distorcidas que desqualificam o adjetivo civilizatório. E o que é pior! Mentes privilegiadas insuflando, fomentando e se locupletando de ações cruentas e bestiais: tudo em prol do poder.

Nos primórdios, o enfrentamento se resumia à força física. No braço, com o auxílio de um pedaço de osso qualquer, de uma pedra ou de um tacape, íamos ganhando território, as presas e as fêmeas à disposição.

Estamos bem mais sofisticados hoje. Depois de passarmos pela infantaria, cavalaria, pela artilharia com bombas, foguetes e mísseis, de maior ou menor potencial destrutivo, chegamos aos drones. Aniquilamos alvos escolhidos a quilômetros de distância, sem risco para os pilotos encarregados do massacre. É a tecnologia servindo aos propósitos mais vis, estando já em uso pelas forças de repressão, indistintamente.

Como prenunciava Mário Quintana no seu FUTURÂMICA:

E haverá uma época em que se fabricarão bombas atômicas especializadas, especializadíssimas, meu caro senhor, e tão sutis que no princípio não se notará coisa nenhuma... até que um dia alguém descobrirá que se acabaram, por exemplo, todos os tenores de banheiro, todas as imitadoras de Berta Singerman, todos os poetas comemorativos, todas as oleografias do Marechal Deodoro proclamando a República!

(Caderno H- p.161)



O mundo globalizado do século XXI tornou-o plano, como afirma Thomas L. Friedman. Graças aos avanços da tecnologia e da comunicação vivemos todos absolutamente conectados, o que apenas reforça a nossa participação, senão como espectador, mas, também, como partícipe de todos os eventos, positivos ou negativos, que varrem o planeta, cotidianamente.

Isto é bom, porém alarmante e desafiador.

Alarmante, porque estamos à mercê de quaisquer ações tresloucadas que ocorram.

Desafiador, porque devemos manter uma visão otimista do amanhã. E está cada vez mais difícil mantê-la.

Estamos cercados. De um lado, os de direita; do outro, os de esquerda.

O poeta Luiz Coronel dá a sua versão poética da ESQUERDA & DIREITA:






Será o centro um “poder sem utopia, ao sabor dos ventos?”

E os totalmente radicais? E os suicidas em nome de uma causa?

Em quais lados estarão?

Quem sabe ao seu lado, ao nosso lado...


O mundo está precisando de homens e mulheres de boa vontade, independentemente de que lado estejam ou de qual religião professem.

Somos diferentes uns dos outros. Temos idiossincrasias muito particulares, observáveis mesmo entre membros de uma mesma família. Nossas origens são diversas e nossos valores, igualmente.

E a beleza está na diversidade e na capacidade de convivência pacífica. Para tanto, deve haver respeito ao outro. Ensinamentos que partem da própria célula familiar e de uma escola aberta ao diálogo e a valores formadores do caráter de cada indivíduo.

Sendo todos nós originários da mesma espécie, com um DNA caracterizadamente humano, deveremos ter nossos direitos e deveres resguardados pela sociedade em que estamos inseridos, independentemente da origem geográfica de cada um. O que se observa, no entanto, é que a exclusão de certos grupos pode levá-los a servirem de massa de manobra, desvirtuando capacidades que seriam mais bem aproveitadas na sociedade em que buscaram abrigo. Iguais oportunidades de estudo e trabalho seria, por certo, uma solução. 

E o que estará acontecendo aos que estão em suas comunidades de origem? Para que servirão os drones por lá? Para intimidar? Para aniquilar? Para desestabilizar? Para abrir caminhos à sanha predatória? Para espoliar riquezas? E tudo com o aval dos poderosos da região.

É! Estamos longe de uma solução pacífica e proveitosa para todos os lados.

Mesmo assim, o otimismo não deve ceder ao desalento.


Agora, segundo o poeta Mário Quintana, TRÊS COISAS nos acompanham de há muito:

Todas as antigas civilizações – por mais isoladas umas das outras, no tempo e no espaço – sempre começaram descobrindo três coisas: a poesia, a bebida e a religião.

(Caderno H – p.156)


Quanto à bebida, devemos bebê-la com moderação!

Quanto à religião, a leitura da crônica dispensa comentários.

Quanto à poesia, o próprio Quintana dá a resposta quando escreve POESIA & MAGIA, ressaltando o aspecto mágico, que faz parte do nosso ser e que encontra guarida na sua leitura:


A beleza de um verso não está no que diz, mas no poder encantatório das palavras que diz: um verso é uma fórmula mágica.

(Caderno H – p.59)


Se todas as antigas civilizações descobriram e consequentemente pautaram seu comportamento em cima de uma religião, então, cabe, aqui, fazer uma exortação a que A ÁRVORE DOS POEMAS, também de Quintana, continue dando poemas. Pois, para onde irão as almas, se acaso a árvore suspender a produção?



Agora, só para atualizarem-se, assistam ao vídeo que segue e onde drones (robôs) tocam instrumentos musicais.

Quanto à música drone, dita de estilo minimalista, vou poupá-los.

Ninguém merece!

E o tacape?

- Credo! Que coisa mais retrô!





Flying Robot Rockstars 







quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

CUIDADO! FIQUE ATENTO!












Pois, em 2013, o papo era de sedução!


A cobra foi recebida com todas as honras. Houve até quem escrevesse e publicasse, em 10/01/13, a crônica SALVE O ANO DA SEDUÇÃO!

Lá, no início do ano, falou-se bastante da Serpente Água, ela que regeu o referido ano pelo Calendário Chinês.

Por incrível que pareça a cobra prenunciava coisas boas, pelo menos para quem estava envolvido na tarefa de seduzir, encantar. De resto, o saldo não foi dos melhores. Sendo ela do tipo Água, escorreu pelos dias daquele ano sem se deixar pegar em erros, isto é, não deixando rastros. E o que é pior: não melhorou a saúde no Brasil, ela que é o símbolo que identifica a Medicina e o próprio SAMU. O SUS, portanto, também não se beneficiou pela passagem dela por aqui. Quem ler a crônica entenderá melhor a analogia.

O saldo foi apenas reforçar a ideia, exposta no início da crônica, de que ela continua dona do pedaço, desde que o casal foi jogado lá de cima, como castigo pela desobediência.



E mais um ano irrompeu.

Desta vez, chegava ele: o cavalo. E era o Cavalo de Madeira, aquele que se reveza de 60 em 60 anos. A crônica A HORA É AGORA!, publicada em 02/01/14, trazia a esperança de que, pelo menos por estes pagos, o ano seria de realizações.

Considerando o cavalo como signo regente, seria a hora e a vez da gauchada começar a transformar a própria realidade. Ele nos oferecia a força e o impulso para a execução de tantos projetos que não saíam do papel.

À época, a crônica mencionava várias obras de grande importância para a capital dos gaúchos.

Ao que parece, deixamos o cavalo passar encilhado. E nada aconteceu.



Pois, agora, acredito que a vaca foi pro brejo.

O ano de 2015, regido pelo carneiro, segundo o Calendário Chinês, será um ano mais calmo, o que não quer dizer mais seguro. O carneiro, dizem, é o patrono das artes. Portanto, ótimas ideias deverão aflorar. O bicho, porém, vai precisar de uma ajudinha, pois tem dificuldade em tornar as coisas concretas, sozinho. Nada que não se possa resolver. Aliás, quem não precisa de auxílio nestes tempos atuais!

O ano será para fazer as coisas sem grande pressa, pois o dinheiro estará curto e os investimentos, infelizmente, todos eles serão arriscados. Como tudo estará mais lento, talvez, haja uma tendência ao desânimo. Portanto, deverá preponderar uma visão de longo prazo.

Agora, segundo os conhecedores do tal calendário, o ano de 2015 será o ano do Carneiro de Madeira, que também acontece de 60 em 60 anos e que regeu o ano de 1955, período em que houve até a decretação do Estado de Sítio no Brasil. Por um breve espaço de tempo, é claro. Só para as coisas se acomodarem.

Também, só para relembrar, aconteceu no final do mês de julho daquele ano, a chamada super onda polar. O território brasileiro, como um todo, não apenas a Região Sul, sofreu baixíssimas temperaturas, algumas negativas, recordes registrados oficialmente pelo INMET.

Na verdade, o que mais preocupa quem não entende de calendário chinês, mas assiste, cotidianamente, ao ato de roubar e pedir, de forma institucionalizada ou não, é a permanência de tais comportamentos num ano tipo Carneiro.

Gente, o bicho não é confiável!

Sabe, por acaso você, o que sejam “marradas”?

Pois é! Elas vêm de berço. Estão no DNA do carneiro. Servem para fazer valer a posição de macho dominante. Por viverem em bandos, há a necessidade de um comandante. Daí os cutucões com os chifres, as cabeçadas, as marradas. E o melhor será aquele que melhor souber usar as marradas no adversário. Elas é que determinarão a hierarquia de dominação.

Sendo este o esporte favorito do carneiro, nunca lhe passe a mão sobre a cabeça. Nem para lhe acariciar. O bicho receberá o gesto como sinal de provocação. Nesta hora, saia da frente, pois lá vêm marradas pra todos os lados.

E não pense você que isto é tudo. Às vezes, parecendo estar vencido ou desinteressado, retorna com ímpeto maior ainda: isto em pelejas com outros machos.

É! O animal é perigoso!

Portanto, fique atento este ano. Todo o cuidado será pouco. O bicho não é confiável. Jamais lhe dê as costas. 

Isto, talvez, explique o conselho dado pelo Calendário Chinês para o ano do Carneiro. Diz ele que é preciso tomar cuidado para não confiar demais em pessoas recém-conhecidas, pois se corre o risco de que haja exploração das carências de alguns indivíduos mais sensíveis por pessoas de má índole.



Bem, afora estas recomendações e desejando que não se repitam eventos já ocorridos há 60 anos, o ano de 2015 acena com a esperança: mola propulsora de todos os dias de cada novo ano.

Ela, que acredito ser infinita, nos lembra que a soma dos números que compõem o ano de 2015 totaliza o algarismo 8.

Em berço esplêndido, ele restará deitado, lembrando o símbolo do infinito () a nos conclamar que sejamos esperançosos e que plantemos a semente da mudança, lentamente, porém de forma determinada e responsável. Afinal, o ano vai requerer muita responsabilidade sobre nossas ações individuais. Tudo o que plantarmos, com certeza, vamos colher. As possibilidades serão infinitas. Há futuro, porém o tempo para plantá-lo é agora.

Portanto, sigamos de MÃOS DADAS, com esperança, conforme versejou o poeta Carlos Drummond de Andrade:




Mantenhamos, como último recurso, na ausência de algum sinal de mudança, o costume do nosso chimarrão, que tem a cor e o sabor da esperança. E, também, como imagem de uma esperança maior ainda a figura da criança, pois ela traz um futuro no olhar, como diz a letra de AINDA EXISTE UM LUGAR, composição de Miguel Marques e Ivo Brum, na voz de Wilson Paim, transcrita no vídeo abaixo. 

Acreditemos na letra. 



É o que sobra!




Ainda Existe Um Lugar – Wilson Paim





segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

COMO SEMPRE... MAS E O DEVIR?











O olhar perdido no horizonte, não está tão perdido assim. As margens, de onde este olhar se lança, estão plácidas. E o céu ainda está azul. O som do mar é um acalanto e a luz, no fim do horizonte, é pura inspiração. As nuvens, lá no infinito, não parecem querer dizer grande coisa. 


Belas imagens, todas nascidas da natureza e ao dispor de quem se detenha a observá-las. Há quem confira a estes momentos, curtidos em fins de semana, ou nas férias, descanso merecido depois de um ano de trabalho, uma espécie de trégua no conflito diário da sobrevivência.

Na verdade, porém, de forma contínua, poderíamos ter estes vãos de paz com uma imaginação estendida para o infinito, chegando-se, simplesmente, à janela e erguendo nossos olhos para as copas das árvores, ou até mesmo acompanhando o caminho de volta aos ninhos dos passarinhos que dão rasantes por sobre os telhados das casas, ou sobre os edifícios que, de tão altos, exigem mais ainda imaginação. Quem sabe este recarregar de baterias esteja na audição de um som ao gosto muito pessoal de cada um, importando apenas que nos permitamos surfar no embalo de melodias as mais diversas. Ou, ainda, que a orelha daquele livro seja tão convidativa que a leitura se instale como prática constante, sempre que possível. Ou pode ser que as glicínias, no pátio do vizinho, lembrem que a arvorezinha da felicidade está precisando de mais adubo e água. Afinal, nada e ninguém sobrevive sem água.



O que se vê nos finais de ano, como sempre, são as mesmas palavras repetidas, à exaustão. O desfilar do palavreado começa nos dias que antecedem o Natal e se estende pelos dias seguintes até que, da noite para o dia, literalmente, adentra-se ao que se convencionou chamar de novo ano. Votos e mais votos são expressos, reiteradamente, a cada novo ano. Para que tudo seja melhor, para que tenhamos renovado vigor na azáfama diária do sobreviver: são os nossos desejos.

Na verdade, esquecemos-nos de reservar, diariamente, alguns instantes que sejam para pousarmos o olhar no belo que nos cerca. Quem sabe, o canto de alguma espécie urbana desperte em nós o sentimento de comunhão que une animais e pessoas. Sem pregar qualquer tipo de alienação, que sempre é danosa, reserve o olhar não apenas para as cenas dos noticiários, mas para assistir a um bom filme. Ou, melhor ainda, para a leitura de um bom livro. Aliás, é bom não esquecer que as imagens que criamos a partir do que lemos são mais ricas do que aquelas outras jogadas sobre nós, prontas, onde a emoção pura, às vezes, não nos dá tempo para refletir. E um livro proporciona, além do conhecimento, dois ingredientes fundamentais, sempre de mãos dadas, que nos enriquecem ainda mais: a imaginação e o poder criador.

Vejam o que a leitura oferece à imaginação, acompanhando os exemplos abaixo:







Também, simplesmente, podemos pousar o olhar no infinito. Ele revela muito e é para onde se ergue, nos finais de ano, um cálice de brinde ao já conquistado e ao desejo do melhor que está ainda por vir.

Agora, se o olhar revelar apenas vazio e nada de lá extrair, estará na hora de mudar. Talvez, aquela mudança sempre tão almejada, mas pouco batalhada. No fundo, tudo requer compromisso. Até para se ser feliz e desfrutar desta conquista é preciso comprometer-se consigo e com o outro. Nada melhor do que o compromisso, convictamente firmado, para mudar o panorama do “como sempre”.

O que se deseja é que o dia se apague numa lenta e contínua escuridão e renasça numa clara manhã com os primeiros raios de luz a iluminar as coisas e as gentes. Como sempre acontece todas as manhãs de todos os dias e, em especial, daquele que se apelidou de dia primeiro do novo ano.

E isto é pouco?

Não é! Claro que não!

Quem está envolvido nesta tarefa do apagar e acender as luzes do Universo é alguém, indiscutivelmente, superior: o seu próprio Criador. Ele, ao que parece, vem cumprindo com o seu compromisso, como sempre, há muito tempo.

Caberá, então, às suas criaturas despertar da letargia de um discurso do “como sempre” para o compromisso de um diferente devir. Melhores dias dependem, em grande medida, de nós mesmos.

Guardemos mais momentos para o encontro consigo próprio, como também para o convívio com os demais.

Contemplemos mais, pois isto soma, embora pareça, às vezes, perda de tempo.



Ah! As flores das glicínias do vizinho já se foram. Ficou somente a planta, que também é bonita. E a árvore da felicidade, aquela que andava com sede e meio enfraquecida, já está recuperada e pronta para iniciar o novo ano com o pé direito.

E, como sempre, de repente, da noite para o dia, estaremos em 2015. Disso o Criador se encarrega.

Ao devir, vamos dar uma mãozinha. Sensibilidade, imaginação, criatividade, muito estudo e trabalho e, sobretudo, paixão pelo que se faz são os ingredientes que farão toda a diferença no chavão “como sempre”.

Que o ano de 2015 seja melhor do que os anteriores.

Para tanto, há que ter, igualmente, fé, otimismo e esperança. Que o Criador, também ele, dê uma mãozinha no nosso devir.

Afinal, Ele sabe de tudo bem antes. E administra, muito bem, os amanheceres e anoiteceres: aqueles fenômenos por nós observados a olho nu. Os demais, também Ele e somente Ele conhece. A nós cabe apenas chamá-los de mistérios da vida.



Daí, o pedido de uma mãozinha. Se não for pedir demais, é claro!





Dias Melhores – Jota Quest 


Os Incríveis – Marcas do que se foi 





segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

UMA ÁRVORE... UMA ESTRELA...











A época do ano era a mesma, como hoje. Os dias, porém, eram outros. Mais solenes, talvez. Principalmente, aqueles que precediam o Natal.


As tradicionais árvores natalinas eram, na sua grande maioria, pinheiros verdadeiros, vendidos em vários pontos da cidade. Comprados, eram levados para casa e enfeitados para grande alegria de crianças e adultos. Os tamanhos eram variados. Aninha lembra que, aqueles erguidos na casa da avó e na sua própria casa, eram enormes. Tinham a altura do chão até quase o teto. Ficavam pousados no assoalho e, majestosos, deixavam-se adornar por mãos já acostumadas a este lidar: mãos de avó e de mãe. A árvore já grande ficava mais ainda ao receber tantos adornos para enfeitá-la. Havia como que uma veneração àquele ente que, por dias, assumia o protagonismo na casa. Era como uma visita ilustre, sempre pronta a receber os afagos e o respeito que os anfitriões lhe dispensavam.

Graças a uma máquina fotográfica de um tio, Aninha, lá pelos seus cinco anos, fez parte de uma imagem em que aparece no colo do pai, com a mão esquerda segura na da mãe. Todos estão junto à árvore, com os olhos voltados para o alto onde, embora a fotografia não registre, está fixada uma estrela. A estrela-guia está ali representada a lembrar da estrela de Belém. Aquela que trouxe a boa-nova do nascimento de Cristo.

Os fatos, datas e locais que envolvem o nascimento de Cristo, bem como os partícipes da remota época, não são objeto desta singela crônica. O que ficou para Aninha e para seus pais, como imagem, foi o convívio, naquela noite, sob a proteção “daquela árvore” e o desejo expresso por três pares de olhos de uma renovada iluminação na caminhada. A estrela-guia lá estava como a repetir igual orientação dada aos Três Reis Magos: buscar a fonte de luz para melhor orientar-se nos descaminhos da vida.

Que sensação nos dá uma árvore frondosa, esparramada de galhos? Proteção, segurança, refúgio, amparo, acolhimento? Talvez, bem mais. Quem sabe represente a própria origem, o berço, a casa. Às vezes, até alimento. Antes de mais nada, porém, ela possui raízes que lhe permitem solidez, vida longa e útil aos que dela se acercam, sendo exemplo, inclusive, para os longevos.

Olavo Bilac, poeta parnasiano, dedicou a elas, em especial às mais velhas, os versos que seguem:




E uma estrela-guia? De que nos poderá servir? De guia, como o próprio nome está a indicar. Também de orientação, um caminho, um rumo, uma busca de mais luz para que os sonhos, mesmo aparentemente inatingíveis, possam realizar-se. Uma estrela, segundo Quintana, é garantia de menos tristeza na caminhada. É dele:



DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... Ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristeza os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas!



Daí a importância de cultivarmos mais árvores, com raízes profundas como devem ser as raízes que herdamos da família. A presença desta entidade, a exemplo da árvore, é que dá suporte para boas colheitas que alimentarão uma sociedade mais justa e fraterna. Se assim acontecer, a estrela-guia terá cumprido o seu papel.

Caso contrário, com raízes frágeis o trabalho da estrela-guia terá de ser redobrado e tão exaustivo que se tornará quase utópico. Mesmo assim, o caminho a trilhar por este viajante será menos triste se ela, mesmo embaçada por uma nuvem passageira, momentaneamente, ressurgir, logo adiante, brilhante, a indicar o rumo correto para que não perca este caminhante a chance de ser feliz.



Portanto, enquanto restar um sonho, a presença dela será desejada, mesmo na distância, para que ilumine os caminhos em busca até do inatingível. Pois isto não será motivo para não querê-lo, assim já poetara Quintana.

É! Precisamos de uma árvore e de uma estrela. Isto possibilita construirmos a nossa história pessoal de vida. 

Até, quem sabe, nós próprios, um dia, virarmos uma estrela.

Um Feliz Natal a todos!


Estrela – Maria Bethânia 






domingo, 14 de dezembro de 2014

DE VOLTA? SÓ A BACIA...


Do interfone uma voz masculina perguntava se a calopsita, que caíra no pátio de sua casa, era de alguém do edifício. Aninha, atendendo ao celular com uma das mãos, informou que não conhecia alguém do prédio que tivesse uma calopsita. A bem da verdade, havia um vizinho, recém-chegado, que talvez fosse o dono da tal ave. Quem sabe? Forneceu o número do apartamento, então. Poderia, também, ter referido outro edifício bem próximo, com apartamento térreo e pátio, além de uma casa com um quintal imenso, também próxima, de onde poderia a calopsita ter escapado. Diante da impossibilidade de falar, ao mesmo tempo, com um celular e o interfone preferiu apenas mencionar o novo vizinho, por absoluta economia de tempo.

No dia seguinte, soube pelo tal vizinho que a calopsita fora entregue a ele dentro de uma bacia, para que se informasse ou descobrisse de onde ela partira e quem seria seu dono. Que empreitada!

Aliás, o Roberto, nome do novo vizinho, contou a Aninha que a calopsita já se encontrava na casa de sua sogra. Ao que parece, até já teriam dispensado a bacia e adquirido uma gaiola. Eh! O afeto já tinha tecido alguns fios de acolhimento ao pequeno ser.

A calopsita é um pequeno papagaio da família Cacatuidae, descrita como espécie, pela primeira vez, em 1792. Originariamente, é uma ave das áreas úmidas da Austrália.

Quando da entrega, ficou a dúvida se a calopsita tinha se perdido por aí ou se o dono não mais a queria. Pelo menos, foi esta a sensação extraída pelo Roberto do encontro com o suposto salvador, homem forte de cabeleira vasta.

Aninha sabe que comida para uma calopsita exige certo cuidado. Basicamente, são grãos misturados. Cuida-se, porém, que a porcentagem da mistura seja 20% de alpiste, 50% de painço, 15% de arroz com casca, 10% de aveia e 5% de girassol. Mas não mais de 5%, porque o dito engorda e não é muito bom para animais em cativeiro. Muito menos para calopsitas que são pequeninas em tamanho (12.8cm até 32cm de comprimento incluindo a cauda) e leves no peso (78g a 125g). Mas claro, há os alimentos balanceados para melhor controle de peso. Olha só o gasto!

O que deve ter acontecido com a calopsita? Ninguém sabe. Talvez, seu dono tenha resolvido propiciar alguns minutos de liberdade a ela, soltando-a pela casa. Bastou um descuido e ela sumiu por encanto. É o que pode ter acontecido. Que mão de obra!

Agora, Aninha tem outra versão sobre a entrega da calopsita. O tal homem de cabeleira vasta pode ter usado o expediente para livrar-se da ave.

Tempos atrás, Aninha adentrou no mundo das calopsitas, quando andava às voltas com a crônica O DONO DO ASSOBIO, publicada em 14/02/14. Na oportunidade, encontrou dois vídeos muito elucidativos. Num, a calopsita repetia frases tipo:

Papai é meu amigo...

Papai me ama...

Deus é bom pra mim...

Papai chegou...

Bate o pé, bate o pé...

Nana, nenê...



Já pensaram bem?

O indivíduo chegando em casa, exausto, e sendo cobrado “sutilmente” por atenção com a frase Papai é meu amigo, repetida à exaustão? Esta calopsita, a do vídeo, fala e não se aninha aos pés de seu dono como um cachorrinho ou um gatinho. E olha que a palavra é uma ferramenta poderosa!

Agora, quando ela é treinada para assobiar o Hino Nacional Brasileiro, o bicho pega!

Aquilo que, cantado na hora certa, é pura emoção, torna-se algo enfadonho, até irritante, dependendo do humor e das dificuldades enfrentadas, no dia a dia, pelo dono da casa e, por óbvio, da calopsita. Este assobiar, convenhamos, cheira mais a provocação do que incentivo.

E há quem esteja já treinando as calopsitas para cantarem a letra do Hino Nacional do Brasil! Já pensaram?



Se a versão da Aninha vingar, o dono verdadeiro da calopsita nunca mais vai aparecer.

De todo este imbróglio, parece que o Roberto apenas foi questionado sobre a bacia, que se encontra na casa da sogra, e que o dono virá buscar, oportunamente.

Agora, para quem não dispensa uma calopsita engaiolada em casa, Aninha pede que a deixem emitir o seu som característico, o seu arrulhar que pode transportar o seu dono para o mundo das calopsitas, ou para qualquer outro, podendo fazê-lo viajar em pensamento. Desta mesma forma é que Aninha viaja com os papagaios que habitam o Bairro Menino Deus. Todos livres, leves e soltos a marcarem local e hora: ao amanhecer e ao entardecer, especialmente. Junto a eles variados pássaros que os acompanham em voos circulares e que oferecem seu bailado como pano de fundo para os alegres papagaios.

Como Aninha poderá manter a imaginação fluindo se prenderem os papagaios?



Ah! Para finalizar, os estudiosos das calopsitas afirmam que o penacho sobre suas cabeças é tão expressivo quanto o rabo é para o cachorro. Penacho para cima significa estar nervosa ou atenta; quando emitem um som parecido com uma tosse é porque estão bravas; se for um grito, pode ser carência. 

Agora, se puderem, de vez em quando, sair da gaiola e voar por dentro de casa, será melhor ainda. Afinal, não lhe cortem as asas, pois com elas poderão voar por sobre os móveis e, talvez, seu dono possa apreciar melhor a beleza exuberante desta ave que não canta como um sabiá, mas que voa com graça. Ação esta que é própria de sua natureza.

Pois em gaiola, nem sendo dourada, os coitados dos passarinhos gostam de estar.

Olavo Bilac em O PÁSSARO CATIVO retrata bem a tristeza e a angústia que a gaiola representa para os pássaros, conforme poema transcrito abaixo.

E para ficar pela metade do século passado, um pouco após o falecimento do grande poeta parnasiano, ocorrido em 1918, a música SABIÁ LÁ NA GAIOLA, um dos hits do ano de 1950, dá o tom alegre e infantil, num vídeo animado, ao desejo de liberdade do sabiá.



Sinceramente, acho que de volta só querem mesmo é a bacia. Ainda bem! Acho que a calopsita já encontrou um novo lar. Nesta nova morada, acredita-se que a portinhola da gaiola todos os dias abrir-se-á, por um tempo, para que ela desfrute de uma liberdade protegida. Não é a ideal. Mas... 

Parece, pelo que soube Aninha, que, na nova morada, a calopsita já é a rainha do pedaço.



É! Até o momento, o único dono, que se apresentou como tal, é o dono da bacia: que virá buscá-la. Virá buscar a bacia, é claro. Será?






SABIÁ LÁ NA GAIOLA – Grupo Anima/Letras 






segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O TAL DO SOM...



Passaram-se mais de três bilhões de anos de existência e o tal cometa encontra-se orbitando no espaço. Será ele mesmo ainda? Segundo estudos, ele se move a 135 km por hora e tem enviado informações há uma distância de 500 milhões de km da Terra. Coisa pouca para quem está por aqui girando há aproximadamente 4,56 bilhões de anos: idade do nosso Planeta.

Números astronômicos que dificultam o nosso entendimento de quem somos, de onde viemos e aonde vamos.

A recente Missão Rosetta, nome dado à sonda numa menção à Pedra da Rosetta, descoberta em 1799, que ajudou na compreensão dos hieróglifos egípcios, fez pousar o módulo Philae no tal cometa Churyumov-Gerasimenko, nome dado em homenagem aos seus descobridores no ano de 1969.

Lançada a Rosetta da Guiana Francesa, em dois de março de 2004, levou ela 10 anos para aterrissar no referido cometa. Aliás, o escolhido não era bem o atual cometa. Devido, porém, a contratempos enfrentados pela Rosetta, o cometa da hora passou a ser aquele de nome complicado, já referido.

Pois parece que o Egito, com toda a sua mística assentada em sinais de dificílima compreensão, serviu, igualmente, de inspiração para o nome dado ao módulo de aterrissagem Philae, nome de uma ilha do Rio Nilo.

A Missão Rosetta faz parte do projeto de cooperação entre a NASA (Agência Espacial Americana) e a ESA (Agência Espacial Europeia) com o fim de estudar a composição, a morfologia, as propriedades físicas e outros que tais do tal cometa. Tudo para tentar descobrir as origens dos cometas e suas correlações com o Sistema Solar.

Anos de estudos, um custo incalculável no montante final de dinheiro direcionado, no último século, para pesquisas de corpos que compõem o Sistema Solar, em detrimento de pesquisas que assegurem a nós todos, moradores deste Planeta, melhores condições de saúde, por exemplo.

Nada deveria ser mais importante do que a trajetória de vida do ser humano sobre este Planeta. Seriam necessários estudos aprofundados sobre as doenças que afligem o homem, bem como sobre as condições socioambientais fornecidas às populações indistintamente. Uma efetiva busca de soluções aos problemas de energia e água, oferecimento de uma educação aprimorada a todos, assim como uma conscientização de que estamos todos no mesmo barco, somos todos irmãos e que temos o direito de alongarmos o tempo de permanência, com qualidade de vida, neste Planeta. Isto seria o desejável.



Agora, quanto à Missão Rosetta, e para deixar o projeto ainda mais questionável, há quem afirme que o referido cometa foi criado por alienígenas como um aparelho de comunicação. Daí o tal do som emitido, não se sabe bem de onde, porém, detectado (dizem) pela Philae.

Talvez, depois de mais alguns trilhões de dólares e mais 30 anos, descubram o TAO do som, isto é, o caminho que leva até a origem do tal som. Por enquanto, o ruído é da própria sonda: pura estática. 

Religião e Ciência são caminhantes que se olham com reservas. A Religião porque tem certeza de suas verdades e não necessita de sinfonias para louvar a presença de Deus. E a Ciência porque vive de questionamentos eternos, produto da fatia de seres humanos pensantes que só buscam comprovações e labutam na dúvida ad aeternum.

Enquanto isso, nós temos sete bilhões de seres humanos para alimentar e uma produção de alimentos que depende das variações climáticas, cada vez mais severas. E um aumento expressivo de CO2 que aquece de forma drástica o Planeta. Lembremos que não há fronteiras na atmosfera.

A par das centenas de necessidades e problemas que afligem o ser humano, Stephen Hawking, conceituadíssimo físico britânico, alerta para a possibilidade de que uma inteligência artificial supere a dos seres humanos. E o Pentágono, apenas para colaborar ainda mais com o caos instalado, informa que os atuais drones, tão eficazes na sua trajetória até o alvo pretendido, poderão, num futuro, que parece não muito remoto, tornarem-se capazes de escolher, SOZINHOS, os alvos a serem atacados, dispensando-se os próprios homens desta tarefa assassina.

Convenhamos que o tal som emitido pela Philae não é exatamente o TAO do som que buscamos. Este é bem mais terreno, encontra-se nas profundezas desta esfera gigante que nos conduz há bilhões de anos com uma sincronicidade invejável com os demais seres celestes.

O nosso TAO é o da conscientização da gigantesca responsabilidade que temos para com ela, a Terra, e, consequentemente, para com nós mesmos. Um TAO que nos conduza à felicidade e ao direito de usufruir de todas as belezas que conhecemos. Um TAO que nos permita uma sincronicidade com os demais indivíduos, promovendo uma real e efetiva comunicação entre irmãos de diversas culturas.



Agora, dias atrás, procurei, indaguei e descobri de onde vinha o tal do som, que entrava quarto adentro, às 3 horas da manhã. E encontrei o TAO do tal som.

Sim, porque música não era. Era um som batidão. De tão reles este som e suas letras, bem como seus adoradores, que me abstenho aqui em demorar-me a descrevê-lo.



Retornando da pequena digressão, fica, aqui, a advertência:

- Cuidemos para que o TAO do verdadeiro som, aquele que emana das entranhas do Planeta, seja o nosso guia na conscientização pela preservação de nossa morada. Um coração, que bate há bilhões de anos, não pode parar por causa de sons que criamos para destruir, rompendo uma harmonia perfeita com que fomos acolhidos desde sempre.



Os outros sons? São apenas os tais sons...

Haverá os que nos enobrecem, quando repousam no belo, na arte, ou nos brutalizam, vulgarizam, quando assentam na mediocridade e na estupidez.

A escolha é nossa.



Há quem, porém, poetize achando que, um dia, o próprio céu se esvaziará. Luiz Coronel, poeta nosso, vê urgência em usufruir o que está a nosso dispor. Considerando apenas a última estrofe do poema UNIVERSO, que se refere às geleiras, é urgente, digo eu, a ação dos homens sobre as urgências do Planeta.



Por outro lado, Carlos Drummond de Andrade, em seu poema ADEUS A SETE QUEDAS, brada contra a insânia de haverem destruído as famosas 19 cachoeiras, que eram agrupadas em Sete quedas, ou o conhecido Salto das Sete Quedas, considerada a maior cachoeira do mundo em volume de água, reconhecida como um patrimônio natural do Brasil e da Humanidade. Em seu lugar surgiria a criação do lago da Hidrelétrica de Itaipu ou “A pedra que canta”, na língua tupi. Do canto das cachoeiras restou um barulho de águas: bem diferente de um canto. Segue, abaixo, um vídeo com o poema declamado.

E, apenas para recordar, a bela letra da música AS FORÇAS DA NATUREZA cantada pela saudosa Clara Nunes.



Adeus a Sete Quedas - Carlos Drummond de Andrade 


Adeus Sete Quedas - Grupo Blindagem




As Forças da Natureza – Clara Nunes 








domingo, 23 de novembro de 2014

A RECEITA











Nestes tempos conturbados, difíceis, em que o corpo padece, muitas vezes, pela inércia do espírito, nada melhor do que recuar, silenciar e montar estratégias diante da avalanche de negatividade que se avoluma a cada dia.



Alguns caminhos avistam-se. Não há, porém, uma única receita salvadora. E não se está a falar de problemas de ordem econômica, social ou política. O que se busca, aqui, é salvaguardar o ânimo, a paixão, a iniciativa, o persistir, o seduzir, o amar.


São estes gatilhos que movem o ser humano. E paixão, é bom lembrar, é aquela chama que deve irromper a cada amanhecer para que nos mantenhamos vivos e atuantes pelos anos afora.

Como conservá-la acesa?

Dirigindo o olhar para tudo e todos que acrescentem, que surpreendam, que encantem a partir do nosso próprio empenho para que tal aconteça.

Perceber-se a si e ao outro como seres cativantes, portanto, prontos ao sorriso, à conversa, ao encontro, ao convívio. Com tais ingredientes o espírito dará uma resposta positiva que impulsionará o corpo para variadas atividades. Assim, trabalho poderá significar prazer.

E este é o plano. Transformar uma atividade laborativa em algo prazeroso, com uma resposta que afague o eu, que lhe dê retorno positivo no plano das emoções. Ações motivadas e gratificantes garantem sucesso como resultado de qualquer empreendimento. E, na esfera do puro prazer, a gama de situações e possibilidades é imensa para quem se aventura a tais delírios, como os poetas que concebem versos delirantes, tal como propõe Manoel de Barros em UMA DIDÁTICA DA INVENÇÃO, VII, onde descreve:





E delírio pressupõe um clima prévio de sedução. E o mesmo Manoel de Barros, em GORJEIOS, dá a receita:



Já Mário Quintana vai além quando, em POESIA E MAGIA, assegura:

A poesia de um verso não está no que diz, mas no poder encantatório das palavras que diz: um verso é uma fórmula mágica.

Como mágico deve ser o encontro entre DOIS AMANTES de Pablo Neruda, poema extraído da compilação Cem Sonetos de Amor (XLVIII-Meio-Dia), que diz:




Eternidade que a poesia persegue na reflexão de Mário Quintana sobre a palavra CRÔNICA, quando diz:

Ah, essas pequenas coisas, tão quotidianas, tão prosaicas às vezes, de que se compõe meticulosamente a tessitura de um poema... Talvez a poesia não passe de um gênero de crônica, apenas: uma espécie de crônica da eternidade.


Com certeza, todos nós buscamos ser felizes. Se não for pedir muito, quem sabe, sermos lembrados, pois o perene nos fascina, nos instiga, nos faz melhores.

Por ora, dê um tempo no tempo e viva com entusiasmo e alegria o presente. Afinal ele te prepara para o amanhã: que é logo aí.

Esta é a receita que nos fará melhores. 

Claro, tudo dependendo do nosso empenho.


E nesta busca por felicidade parceria melhor não há do que somar música e poesia. Juntas criam o cenário perfeito para o encontro amoroso: aquele que mistura o choro e o riso, que se ilumina, que não fica, nem vai, como diz a letra da música ESTADO DE POESIA de Chico César, na voz de Maria Bethânia. Aquele cenário em que a epifania do instante se eterniza: um cenário que é o próprio estado de poesia.




Estado de Poesia – Maria Bethânia