Talvez, antes, não houvesse tantos mecanismos diários de atenção que o ser humano, hoje, tem a seu dispor.
Um celular, em mãos, repassa o que está acontecendo no planeta.
Nossa atenção voltada para ele, não nos deixa sentir e apreciar o nascer do sol.
Embora desligado, ao acordarmos o celular está ali junto a nós.
Objetos que não existiam e que, convenhamos, não faziam falta no nosso cotidiano.
Não éramos infelizes porque não os tínhamos. A procura pelo outro ser era um convite ao encontro, à conversa amiga, ao bate-papo sobre o dia anterior, à comunicação sobre os compromissos individuais e coletivos.
O telefone existia, embora usado quando necessário. Imagens eram buscadas nos jornais impressos, bem como as notícias. Essas, também, nas emissoras de rádio.
É confortável ter tudo na palma da mão através do celular.
Isto, porém, está tornando o ser humano distante, embora pareça perto, da busca que o possibilitava escolher e refletir sobre a notícia circulante.
Tudo o que é entregue rápida e constantemente carece de uma reflexão necessária.
E quantos usuários de celulares terão essa capacidade e tempo para fazê-la?
Será que o tempo está passando mais depressa mesmo? Ou seremos nós, pelo acúmulo de mecanismos de informação e pelo tempo gasto no uso dos mesmos, que temos essa sensação de celeridade?
Será que ainda buscamos com o olhar o sol se pondo? Ou as estrelas formando belas imagens no céu?
Temos, com urgência, de voltarmos a resgatar essas belezas através do nosso olhar.
Pois é ele que nos mantém maravilhados com nossa capacidade humana de nos sentirmos partícipes desses momentos.
Não esqueçamos, portanto, que somos produtos da maravilhosa Criação Divina.