terça-feira, 14 de setembro de 2021

FESTEJEMOS...



Todos os dias devem ser festejados.

Quem tem olhos que se perdem no infinito do céu, no acompanhar dos pingos de chuva que cai sobre a vidraça, no passeio de uma praça ou, até na calçada, ao ver uma formiguinha carregando o seu alimento, estes momentos serão preciosos porque despertarão o que somente os poetas sabem quando aflora. Daí a certeza de que todos os dias são belos porque deles poderão nascer poemas. Poemas que, ao serem lidos por alguém, poderão despertar-lhe para a beleza que é a Vida. E a Vida é um constante ressurgir, como o poema que segue.
 
 
*Obteve o 1º lugar, na categoria POESIA, no Concurso da FECI/2008.

 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 5 de setembro de 2021

DECOLAR É PRECISO!



O Estádio Olímpico de Tóquio transformou-se, no dia 24 de agosto de 2021, em uma pista de decolagem, com um “paraporto” que abrigou a chegada de delegações de diversos países. No total, participaram mais de 160 países, incluindo-se o Brasil com a maior delegação composta por 260 participantes entre os mais de 4000 atletas.

Os que ali chegaram estavam prontos para voarem, em busca da realização de um sonho.

O cenário montado recebia os atletas ao som de um vento. Um vento que, ao assoprar, reforçava a ideia de que todos que ali chegaram estavam prontos para voarem.

Lá, presentes, estavam autoridades do país, bem como o Presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons, que recepcionaram os atletas.

O assovio do vento representava o dinamismo e a força contra as adversidades. Os ventos mostrados traziam as cores das bandeiras dos países participantes.

O Estádio Olímpico de Tóquio transformou-se em uma sala de embarque. Quem lá chegou é porque alimenta a garra diária de que é possível vencer obstáculos, sejam eles quais forem.

Sabe-se, hoje, que 15% das pessoas do mundo são deficientes. Portanto, este número expressivo de pessoas é movido pela coragem, determinação, confiança e pela luz pessoal que as diferenciam. Se souberem mover-se, como se asas tivessem, serão vencedoras.

O cenário montado pelas equipes organizadoras, bem como a forma em que os atletas foram recebidos nestes Jogos Paraolímpicos de 2020, mereceram aplausos de todos que assistiram à Abertura deste evento.

A importância desses Jogos deve ser ressaltada, pois é uma demonstração da igualdade que deve caracterizar todos os seres humanos envolvidos em atividades, sejam esportivas ou não.

Os olhos brilhando diante do início da prova, de cada modalidade, e a possibilidade de chegada ao pódio é presente em cada atleta que se apresenta defendendo seu país. Antes de mais nada, porém, é uma possibilidade de mostrarem seu potencial, superando tantas dificuldades para ali estarem.

O brilho nos olhos expressa todo o sentimento de luta, resiliência e esforço pessoal diante de tantas dificuldades que cercam esses atletas. São vencedores por lá estarem, mesmo sem conquistarem medalhas.

Cabe, aqui, ressaltar a importância dos familiares e das instituições, clubes, técnicos e outros profissionais empenhados no treinamento e valorização desses atletas.

O esforço pessoal vê-se contemplado pela possibilidade alcançada por cada atleta que, lá, se encontra competindo.

A imagem da pista para pousos e decolagens, na Abertura dos Jogos Paraolímpicos, ofereceu aos atletas a possibilidade real de ali terem chegado para alçarem voo em suas modalidades esportivas, fazendo de um sonho, desejo e obstinação uma realidade possível e extremamente gratificante. Com certeza, impulsionadora para outros tantos voos.

Uma Paraolimpíada que deixará saudades, considerando os esforços de todos os participantes, as condições sanitárias nada favoráveis e a constante ameaça de que persista este flagelo, que atinge a humanidade, ainda por um tempo.

O brilho nos olhos de todos os atletas, que já estiveram participando, é o sinal de que é possível “decolar”, voar, pousar e arremessar, novamente, tantas vezes quantas sejam possíveis, em busca de um sonho.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

PURA EMOÇÃO...


 
Aqueles instantes que antecedem o início da competição representam o esforço despendido ao longo de anos. Lá, na infância, já despontavam habilidades, sonhos e vontade de alcançá-los. Então, se o desejo é intenso, o resultado virá.

Alguns exemplos vencedores, para orgulho de nós brasileiros, marcaram estes Jogos Olímpicos de 2020.

O tipo de medalha não é o que mais interessa. O que importa é que, enfrentando muitas dificuldades, conseguiram ter em mãos a tão sonhada honraria.

Para quem acompanhou estes Jogos Olímpicos, valeram todos os minutos dispensados a assistir nossos atletas brasileiros superando dificuldades, bem como todos os outros que lá se apresentaram.

Sem citar nomes, quase todos são oriundos de segmentos considerados pobres de nossa sociedade. Jovens cujas famílias têm dificuldades financeiras bastante expressivas.

Cabe ressaltar, aqui, que entidades ligadas aos esportes e clubes deram respaldo a estes jovens atletas. Sem a ajuda e colaboração dessas instituições este sonho de participar de uma Olímpiada nem teria existido.

Importante, também, é dizer que, mesmo sem medalha olímpica conquistada, a participação tão somente em uma Competição Olímpica deste nível já é uma conquista.

Sem desmerecer a conquista de qualquer um de nossos medalhistas, devemos, antes de mais nada, refletir sobre a importância da participação de um expressivo número de participantes brasileiros nestes Jogos Olímpicos de 2020. Ter alcançado a chance de fazer parte do plantel brasileiro, em quaisquer modalidades apresentadas lá, em Tóquio, já valem os nossos aplausos e reconhecimento.

Se lá chegaram, é porque demonstraram capacidade de lá estarem. Isso deve ser enaltecido. São atletas capazes de traçarem um futuro promissor para si e para o país.

Nesse momento tão atribulado pelo qual a humanidade passa, sentir a emoção, o desejo, a garra e a obstinação demonstrados, de certa forma, alimenta-nos de uma redobrada esperança num possível novo amanhecer.

As dificuldades enfrentadas pela maioria desses atletas acendem uma luz de que é possível, mesmo nas adversidades, galgar um degrau na autoestima e na crença de que nossos atletas, ao lado de tantos outros, merecem conquistar o respeito como cidadãos capazes de fazerem a diferença numa sociedade mais solidária, harmônica e capaz de conquistas, mas, também, de deveres para com o seu próximo.

Um redemoinho de cores, ao final da Cerimônia de Encerramento, representou todas as bandeiras dos países participantes, bem como os 5 Anéis Olímpicos que reforçaram a união entre os continentes.

Inúmeros pontos de luz representaram, igualmente, o espírito olímpico existente em cada um de nós.

Ao final, a chama apagou-se, a pira fechou-se.

Permanece, porém, a certeza de que estes Jogos Olímpicos representaram a força, a resiliência, a obstinação e a certeza de que juntos somos mais fortes.

O que fica relevante é que os povos, como um todo, assumam o papel de cuidadores da nossa Mãe-Terra e de cada um dos irmãos que nela habitam.

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 24 de julho de 2021

SUBINDO OS DEGRAUS...



Quem poderia imaginar que, diante de um momento tão difícil para os habitantes deste Planeta, assistiríamos a um espetáculo tão significativo no plano de valores que nos devem unir a todos.

A tecnologia empregada foi de grande importância para a elaboração do projeto que, com certeza, surtiu o efeito desejado.

O grande legado, porém, é a mensagem vinda diretamente dos partícipes, em solo, que transmitiram a mensagem maior: a de que somos todos iguais.

Temos sobriedade, respeito, responsabilidades, condutas, comportamentos e aspirações idênticas.

Nesta Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, sucederam-se momentos que, sem dúvida, permanecerão na memória de todos os que a assistiram.

Nos recantos mais distantes desta Capital, ultrapassando os fusos horários, assistimos a um espetáculo que nos deixou várias mensagens. Todas, sem exceção, da necessidade urgente de união entre os povos.

A ausência de público não impediu que esta mensagem a todos chegasse.

As representações, em solo, no Ato da Abertura destacaram a importância que foi o treinamento isolado em face do momento atual porque passamos, bem como as conexões, através de elásticos cuidadosamente entrelaçados, enfatizando as novas formas de comunicação. Não esqueçamos as 45 caixas representando gêneros, idades e etnias dos diversos povos participantes.

O Monte Fuji, distante 150km de Tóquio, foi destaque no cenário montado. No seu ápice, a pira aguardava a Chama Olímpica. Aquela que foi acesa, pela primeira vez, em 1964, na cidade de Tóquio.

Entraram com a tocha quatro médicos, um socorrista, uma pessoa com deficiência e quatro atletas. Uma clara homenagem aos profissionais que estão atuando com destemor neste momento tão difícil.

Outro instante importante foi quando da formação dos Anéis Olímpicos, feitos de madeira de árvores desbastadas, não arrancadas, um exemplo de preservação da Natureza. As medalhas, igualmente, foram feitas de material reciclado.

Um palco foi enfeitado com as conhecidas lanternas de papel, uma tradição japonesa.

Uma tocha foi sendo revezada entre profissionais da saúde, atletas e estudantes,

Lá fora, do alto, drones, em número expressivo, projetavam o emblema dos jogos, bem como imagens, como se fossem de pombas, aquelas que representam a Paz.

Durante a apresentação dos Grupos de Atletas, eram tocadas músicas conhecidas de videogames, o que ofereceu um certo toque épico ao espetáculo.

Ao final da cerimônia, porém, a música IMAGINE, gravada em 27/05/71, composição de John Lennon e, ao que parece, também de Yoko Ono, é um presente que reforça o desejo de uma união global. Sua letra é um pedido esperançoso de que nos tornemos unidos em prol do bem planetário, pois ela, a TERRA, é a nossa CASA. Uma CASA que, como qualquer outra casa, reúne pessoas ligadas por laços que permitem uma convivência pacífica.

O discurso final, proferido por Thomas Bach, Presidente do Comitê Olímpico Internacional, foi pleno de esperança, que a todos anima neste momento tão significativo para a Humanidade. Desejou que sejamos mais solidários dentro das sociedades.

Que haja um compromisso com a ajuda, o cuidado e a divisão, quando necessária. Tudo isto para que se possa atingir a PAZ.

A Casa Olímpica, segundo ele, sempre estará aberta aos atletas refugiados. Que nela todos são iguais, respeitam as mesmas regras e que permanecerão unidos em toda a diversidade que se apresentar.

Estão presentes 206 Delegações e um número expressivo de mulheres participam destes Jogos Olímpicos.

O lema destes Jogos Olímpicos foram as expressivas palavras Faster, Higher, Stronger=Together. Juntos podemos nos tornar mais rápidos, alcançarmos os mais altos níveis de desempenho e sermos mais fortes. Com certeza, isto somente se consegue junto a profissionais que nos orientem e, igualmente, por esforço próprio.

O Juramento Olímpico incluiu as diferenças, enfatizando a união como força maior.

Uma imagem, porém, ficará na lembrança de todos nós. A subida dos degraus até a pira, conduzindo a tocha, realizada pela atleta japonesa, tenista, Naomi Osaka, negra, filha de uma japonesa e de um haitiano. Uma atleta de 23 anos, primeira japonesa a ganhar um Torneio Grand Slam de Simples em 2018. Esta foi uma escolha relevante cujo objetivo é reforçar a importância e a necessidade de que inexistam preconceitos de qualquer tipo.

Ao acender-se a pira, a chama que surgiu foi aquela da esperança, aquela que trouxe a luz e o afeto aos corações dos atletas que, neste momento, são a expressão maior da união dos povos.

Assim, iniciaram-se os jogos e o convívio de todos em prol de um bem maior que a humanidade está a precisar: A PAZ.

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

SONS... PALAVRAS... FRASES...

Para quem tem uma audição privilegiada, qualquer som, até mesmo aquele vindo do relógio digital, traz uma sensação, um sentir diferenciado.


Vindo de um pássaro, será um canto ou som cifrado para a companheira ao lado.

Se os ventos soprarem com força ou forem tênues, a mensagem estará dada e chegará aos ouvintes.

Aos trovões todos ficarão atentos.

O reino animal é pródigo em sons.

O gênero humano, por sua vez, é capaz de ouvir tudo, praticar todos os tipos de sons, desde o dedilhar de notas em um instrumento até o falquejar de um tronco ao abatê-lo.

Ouvimos até o bater do nosso próprio coração. Somos privilegiados e ricos até na percepção dos nossos sons interiores.

O belo canto, que ouvimos e gostamos, nos motiva a que cantemos juntos.

Quantos sons diferenciados! Quanta riqueza sonora!

E os corais que esbanjam múltiplas sonoridades!

O nosso mundo sonoro é riquíssimo.

Muito mais importante ainda é o mundo das palavras. Apenas nós, do gênero humano, somos capazes de falar, de expressar em palavras o que nos é perguntado, de declamar, de conversar com os amigos ou, até mesmo, conosco na solidão dos dias.

As palavras têm uma força poderosíssima. Temos, portanto, o dever de escolhê-las com responsabilidade e com cautela. Caso contrário, podem causar efeitos deletérios indesejáveis.

Quando aquela jovem, personagem de um conto, ouviu um familiar afirmar que melhor teria sido ela ter morrido, ao invés de o carro ter sido danificado quando caiu em uma vala, aquelas palavras ecoaram tão fortes que jamais esqueceu tal frase. Claro, com certeza, não era este o desejo daquele familiar, dono do carro.

Agora, já no mundo das frases, os efeitos danosos, que podem deixar naqueles que as ouvem, são imensuráveis.

Os sons de agora, em algumas comunidades, causam temor, medo, desespero.

Os estampidos ouvidos são um alerta para que todos se protejam.

Por outro lado, mesmo não havendo tais sinais, as palavras de ordem, que compõem a frase mais atual, são: FIQUEM EM CASA.

Por quanto tempo?

O ser humano na sua estrutura física continua o mesmo. As savanas, onde corria, foram substituídas pelas cidades, parques e praças.

Fazer caminhadas é necessário para que nós mantenhamos uma boa forma física.

E os projéteis disparados?

E as armas mostradas em selfies?

E os diálogos que mostram a força de tantos malfeitores?

Sons que se transformam em palavras e que se apresentam em frases. Tudo mostrado em vídeos e áudios.

Apesar de tudo isso, precisamos nos manter firmes, esperançosos e combativos no bom sentido. Naquele em que somos campeões em várias modalidades: nos Esportes.

Àqueles em que depositamos nossos votos, aguardamos as ações em prol da sociedade.

Aos nossos atletas de várias modalidades, esperamos aquilo que de melhor puderem oferecer nas Olimpíadas de Tóquio/2020.

A nós, que circulamos pelas ruas, seja permitido pousarmos o olhar na cerejeira da esquina, toda florida, parando por instantes, sem que nos seja subtraída a bolsa pendurada no ombro. Que, ainda, consigamos fazer caminhadas, sem que sejamos surpreendidos pelas palavras “deu”, “perdeu”.

Que nossas mulheres continuem sendo acariciadas com palavras amorosas, sussurradas ao ouvido.

Que nossos olhares se cruzem com outros olhares, confirmando a existência de seres iguais a nós: solícitos, prestativos, amáveis.

Embora com tantas transformações acontecendo em nível planetário, que possamos encontrar um céu ainda hospedeiro de um sol acariciante, de uma lua inspiradora e de estrelas a iluminar nossa caminhada.

Que aqueles que encontram, na palavra escrita, motivos para tornarem-se mais felizes, que o façam em nome da paz, da união, da solidariedade, da igualdade entre todos os que habitam este planeta.

Que estes Jogos Olímpicos ofereçam esta oportunidade de união e congraçamento, pois “o barco é único e a tripulação é, também, única, pois todos são seres humanos”.

Que a palavra almejada por todos seja aquela que a todos beneficiará.

Seu nome?

PAZ

 

 

 

 

 


segunda-feira, 12 de julho de 2021

ESPERAR O QUÊ?


Um olhar que busca...

Outro olhar?

E o outro ser que se aproxima?

Será seguro olhá-lo?

Antes de entrar no pátio, melhor deixá-lo passar, pois nunca se sabe...

Quantas ações sequer pensadas em anos que já se foram.

E o VAR?

O quê?
 
O Árbitro Assistente de Vídeo, amigo.

E aquela outra câmera que, sempre pronta a disparar um estridente som, espreita cada indivíduo que por ela passa e que não digita uma senha própria para adentrar àquele modesto edifício.

Estamos cercados pela tecnologia.

Estaremos mais seguros?

Aquela jovem que atravessava áreas isoladas, sozinha, indo para a escola, não acredita numa resposta afirmativa para esta pergunta.

O ser humano aumentou o seu nível de agressividade e, ao que parece, não se intimida com a moderna tecnologia.

Pois é! Parece que a usa para mostrar sua força. Aquela que a todos assusta e que reforça a cada investida.

O que fazer diante de situações de perigo acontecendo a todo o instante?

Nem mais campos temos hoje, porém nossas ruas são palco de ações que atentam contra os cidadãos que por elas transitam.

A educação e o respeito pelo outro, valores maiores, devem retornar a patamares anteriores à tecnologia implantada. Caso contrário, ela servirá a que tenhamos seres de má índole servindo-se dela, de forma constante, com um sucesso garantido em suas ações deletérias.

Há que se ter regras e condutas a serem cumpridas.

A tecnologia veio para facilitar, orientar e espalhar conhecimento e informações. A conexão com o outro tornou-se célere. Esta constatação deve ser aplaudida.

Seus efeitos negativos devem-se ao aumento de seres humanos desprovidos de limites, de respeito ao próximo e de total falta de empatia com o seu semelhante, sem falar na impunidade que grassa há muito.

Aquela jovem, de ontem, sonha ainda com o andar despreocupado em plena Av. Salgado Filho, portando uma corrente com um rubi pendurado em seu pescoço.

O sentimento que a faz assim desejar segue abaixo.


Nasci para viver a esperança

De que dias sempre melhores viriam.

Este sempre foi o desejo que carreguei pelos anos que se seguiram.

Acredito que novos dias tragam a tal bonança.


Mesmo diante de épocas tão difíceis e de mentes tão malévolas, ainda aguardo por uma conscientização, por alguns líderes mundiais, de que a passagem pelo planeta é breve para todos.

Tenhamos fé e passemos uma energia positiva, em nível global, a todos aqueles que detêm o poder de governar, legislar e julgar, pois o tempo é inexorável e igual para todos os que, por aqui, se encontram hoje.

Por que, então, seguirmos esta rota em que o nosso olhar tem medo do outro olhar?

Olhemos para o outro como nosso semelhante a quem enxergamos como parceiro nesta caminhada.

É o que espero que consigamos alcançar ao longo dos próximos anos.

 

 

 

 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

UMA SINGELA OBSERVAÇÃO


 

Perfilados ouvindo o hino pátrio. Lembranças de imagens e comportamentos que faziam parte de momentos importantes no decorrer de um ano. Coisas de tempos passados.

Desde a escola, passando pelo Desfile da Mocidade, os jovens eram partícipes de um civismo que reforçava as identidades pessoais daqueles que habitavam o torrão pátrio.

Hoje, ao que parece, cabe às competições esportivas o amor à Bandeira Nacional de cada país.

Nunca se viram tantas bandeiras nas mãos de tantas pessoas, nem tantos hinos cantados com emoção.

Ah! As camisetas com as cores das bandeiras nacionais são um apelo, também, para o civismo de torcedores e atletas.

Por que será que só o esporte desperta tal apelo cívico?

Talvez apenas a postura “de combate” é aquela que move a paixão pelo país. A luta para tornar-se vencedor é absorvida pelos torcedores que, nestes momentos, são levados a demonstrar civismo através do cobrir-se com a bandeira de seu país.

Poder-se-ia afirmar que apenas a demonstração visual de uma “luta”, para atingir uma conquista pelos pontos obtidos em desfavor do adversário, é o que desperta o amor pelo país?

E o conhecimento e a pesquisa, em diversas áreas científicas, daqueles “desconhecidos” que nem se sabe quem são?

Poderíamos afirmar, então, que somos seres agressivos por natureza. Ainda permanecemos em luta como no tempo das cavernas? Estaria apenas esta agressividade adormecida?

Se os esportes detêm esta capacidade de despertar, porém sem destruir fisicamente o adversário, então são bem-vindos.

Observando-se as competições esportivas, em todas as suas modalidades, chega-se à conclusão que o espírito cívico de amor à bandeira e à nação faz-se presente.

Apenas isso, porém, não é suficiente. Há regras a serem cumpridas em campo, expulsões por agressões, nitidamente provocadas, e outras tantas transgressões.

Todos, que assistem tais competições, aceitam estas regras.

E fora das quatro linhas?

Por que não as aceitar?

Há que voltarmos a uma educação que cultivava o amor à bandeira, ao hino nacional, à disciplina que formava adultos e futuros torcedores, bem como ao cultivo do espírito cívico em todos os momentos que se apresentem necessários.

Pois é! Não apenas nas competições esportivas.

A emoção do olhar voltado ao pavilhão nacional, o canto emocionado, em alto e bom som, do hino e a bandeira na qual se enrola o torcedor são imagens tocantes, pois revelam que os torcedores aguardam de suas equipes força, determinação, foco e disciplina nos certames que acontecem durante os Jogos da UEFA/EURO 2020.

A Eurocopa deixa-nos este legado.

As demais competições esportivas também são motivo para que as emoções despertem o civismo.

Isto já vale uma comemoração.

A pergunta que paira no ar é por que fora das quatro linhas de um campo, de um tablado ou de uma quadra, este amor ao país não é também cultuado.

Pelo menos, sua manifestação é rara hoje em dia em solo pátrio.

Por aqui, espera-se que nossa brasilidade se faça presente com mais intensidade e frequência.

A bandeira, que a todos nós representa, é motivo de orgulho e respeito a qualquer hora e em qualquer lugar.

Nossas emoções dão vida a um civismo adormecido.

Por isto, estão valendo os Jogos que acontecem em nível nacional e internacional.