Há uma quadra de Fernando Pessoa, entre tantas quadras ao gosto popular por ele escritas, que diz:
Pois, a
propósito do último verso desta estrofe, espera-se que o mesmo não se confirme.
Aliás, para
quem leu a crônica BICAR? FOI
IMPOSSÍVEL!, publicada em 17 de julho de 2014, a compreensão do que segue
ficará mais facilitada.
Lá atrás, mas
não tão atrás assim, um salvador apareceu. Dunga era seu nome. Lembrado como um
dos Sete Anões, reconhecido pelas crianças de outrora, muito brincalhão, que
surgia para resolver todos os problemas que se apresentavam à época. E eram
tantos! Eram muitos.
Acredita-se,
hoje, que foi um personagem que nada teve de brincalhão e que também nada
resolveu. Até porque uma andorinha sozinha não faz verão. Cada vez mais
qualquer empreendimento vai precisar do espírito coletivo do grupo para
alcançar os requisitos necessários à conquista do sucesso. E, além disso, que
cada um dê o melhor de si para o conjunto.
O gosto da
laranja mecânica, à época dos 3x0, não foi possível experimentar. Nem uma
bicadinha foi permitida. Alguma coisa que amenizasse a derrota avassaladora,
anteriormente sofrida. Nada aconteceu. As tão decantadas aves canoras não
voaram o suficiente para adentrar àquele estonteante carrossel. Deram-se por
satisfeitas em, pelo menos, não atingir um escore tão vergonhoso quanto o
anterior.
Pois quem
chegou para resolver o problema, também não resolveu.
Depois de tanto
tropeço, chegou-se, finalmente, ao tempo das onomatopeias.
De gorjeios tão
melodiosos, de piu-pius tão canoros, encontram-se tais aves afugentadas,
presentemente, pelos glu-glu-glus
ameaçadores que selaram mais uma derrota.
Assim, ficou
claro que maior do que o ocorrido em
2014: só o glu-glu-glu.
E, novamente, outro gaúcho, não da fronteira, mas da serra, colocará em ordem as coisas lá pela Seleção Brasileira.
Carisma? Ele
tem. Competência? Também. Além do espírito agregador que tem demonstrado na sua
trajetória de vida.
Interessante
observar que o nome do time formado por ele e amigos, para curtirem as folgas
em Caxias, chama-se Carrossel. Aquele legendário grupo de jogadores da Holanda
que formavam o conhecido Carrossel Holandês, vencedores da Copa de 1974.
Esperamos que, agora, a Seleção redescubra o seu potencial. Que seja possível reverter o vexame da última Copa do Mundo e que, principalmente, Tite consiga nos fazer esquecer daquele ensurdecedor glu-glu-glu com que fomos mandados embora da Copa América.
O canário
trancou o bico. Coisa que ninguém imaginava acontecer. Aconteceu, porém.
Voltaram para
dentro da gaiola. Que horror!
Agora, sabe-se
que não é só tempo de mesóclises. As onomatopeias
estão em voga, também.
Xô, glu-glu-glu!
Pobres
canários!
Aliás, o falar
estará se aprimorando nos últimos tempos?
Repeliremos, com veemência, qualquer
insinuação desse tipo. Os canários voltarão a voar e cantar.
Outra novidade
é este futuro do presente, usado por
uma conhecida autoridade da nação.
Acontece,
porém, que um futuro do presente não
é capaz de apagar um passado...
Aguardemos as esperadas mudanças!
Xi! Olha aí um Presente do Subjuntivo, tempo que
denota a existência ou não existência do fato como uma coisa incerta, duvidosa,
eventual ou, mesmo, irreal.
Será que
ficaremos sem as mudanças tão necessárias?
Branca de Neve e os Sete Anões