De que mais precisa Maria?
São tantas as necessidades a rondar nesse momento. Necessita
de alimentar-se adequadamente, de sentir-se tranquila, amada, protegida,
equilibrada, em paz consigo e com os outros. Necessário é, também, filtrar as
imagens, para que só as belas adentrem pelos olhos. E os ouvidos pedem harmonias
que transmitam plácidas sonoridades a embalar desejos de mãe, para que essas
repercutam no ser a formar-se. Precisa, igualmente, de silêncios para que o futuro
dia a dia transcorra entre pausas restauradoras.
Casaquinhos, mantinhas, bichinhos, roupinhas e um bercinho
são de grande valia nessa hora.
A primeira Maria, que se tem notícia, carecia de muitas
dessas necessidades básicas.
Mas o certo é que a ambas seria devido esse direito: o direito
de dar à luz com dignidade.
E é o que se buscou naqueles tão antigos tempos, como até
hoje se busca.
De outro pré-natal, porém, é que se está a lembrar nessa
crônica. É a época que antecede, efetivamente, o Natal. Esse período, tão
festejado por todos, Marias e Josés, não carece mais de roupinhas, mantinhas,
casaquinhos ou bercinhos. Comemora-se tão somente (e não é algo menor) a
lembrança renovada de um ato que foi grandioso, divino, que teve apenas aquele
único e eterno momento: o do nascimento de Cristo.
O que se precisa, a cada ano, é renovar aquele bercinho
improvisado dentro dos corações de Marias e Josés. Que nos lembremos de que a
alimentação deve ser sempre a de bons pensamentos e ações. Que o espírito da
partilha e da fraternidade se consolide em escala global. Que os silêncios
dispensem palavras, porque se harmonizam nos olhares amorosos que se cruzam.
Essa é uma prática que, se renovada, tende a acompanhar os
dias que antecedem a um novo Natal, pois, a partir dele, ingressamos
imediatamente numa nova fase pré-natal. Sua duração é bem mais estendida que a
humana, pois são 364 dias para que se pratiquem todos os ensinamentos que o
fruto mais importante da Cristandade semeou.
Oxalá, essas sementes continuem a germinar ad aeternum, pois
carecemos delas no nosso dia a dia, no trato com o nosso irmão.
Quanto aos bercinhos, mantinhas e roupinhas, deixemos a
cargo das novas mães.
Quanto aos bichinhos, brinquedinhos, carrinhos e bonequinhas,
deixemos tudo nas mãos de Papai Noel, figura criada para alegrar o comércio. Época
em que a cobrança de comportamentos adequados dos pequenos, para ganharem o que
desejam, vem bem ao encontro do interesse dos pais!
Cobranças que, aliás, repousam em ensinamentos que guiam a
Humanidade há séculos.
E agora, como bons brasileiros, ouçamos um cavaquinho que dá
nova vestimenta a músicas natalinas, tão nossas conhecidas. Boa audição!
Músicas de Natal no cavaquinho