*Obteve o 1º lugar, na categoria POESIA, no Concurso da FECI/2008.
“Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,”
“Nossos bosques têm mais vida,”
“Nossa vida no teu seio mais amores.”
“Terra adorada, entre outras mil,
És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!"
Observe aquela nuvem que se desloca, fazendo movimentos circulares, e que emoldura aquele prédio ao longe.
E aquele ventinho que passeia por entre as folhas das árvores que enfeitam a bela praça?
E aquela luz que brilha durante todo o dia sobre os prédios daquela saudosa rua?
Quanta beleza nos reserva a Natureza!
E aquela lua que convida os casais a trocarem afagos?
E as estrelas que se multiplicam e se espalham fazendo companhia à lua?
Se as coisas, aqui por baixo, não estão bem, erga os olhos e aproveite os presentes da Mãe Natureza. Ela ainda persiste em nos brindar com belos espetáculos.
Que fique, porém, claro que devemos mantê-la saudável. Afinal, é nossa parceira diuturna.
O controle da poluição nas esferas terrestre, marítima e aérea são de extrema importância. Ao que parece não estamos fazendo o dever de casa como deveríamos fazê-lo. Consequências virão. Aliás, em muitos lugares, isto já é uma realidade.
Neste espaço da pandemia, por estarem as pessoas mais reclusas, provavelmente, tenha havido uma diminuição na poluição como um todo.
Belinha confessa que tem ocupado seu tempo e seu olhar com imagens que a Natureza nos oferece diariamente, independentemente do momento desastroso e, por vezes, caótico em que nos encontramos.
Na praça do bairro, encontram-se crianças brincando e avós relembrando seus tempos de juventude.
No bar da esquina, todas às sextas-feiras, à noite, grupos musicais se apresentam.
É possível, ainda, encantar-se com a Natureza, com um semelhante a nós, com o desenrolar de uma conversa amena.
E por que não se surpreender com aquele vizinho que nos parecia chato, mas cuja conversa foi animadora para quem se deteve a ouvi-lo.
Como não se surpreender com aquele outro vizinho que, nos últimos tempos, tem cumprimentado com um bom-dia audível e um sorriso no rosto?
Belinha acha que esse tempo de reclusão serviu para mudanças de comportamento.
Acredita que as pessoas tenham percebido a importância do outro no seu cotidiano.
Embora ainda estejamos sob ameaça de uma nova cepa do tal vírus, sigamos nos encantando com a Natureza que nos cerca e nos surpreendendo com atitudes positivas, pois elas ainda existem.
No passar dos dias, continuamos esperando.
Aquelas bombas que explodem a qualquer momento, em terras distantes, atingem os nossos olhos através das imagens recebidas.
Outras imagens estão mais próximas a nós. São aqueles seres deitados pelas ruas do bairro. Cenas constantes que chocam e nos fazem aguardar uma solução para tais situações desumanas.
Agora, aquela conhecida jovem diz cuidar por onde pisa, pois desvia das formiguinhas que circulam carregando sementinhas para o ninho.
Deveríamos nos preocupar com o outro, seja ele ser humano ou animal, pois todos estão por aqui cumprindo um papel. Aquele de fazer parte, de forma harmônica, de um todo maior de seres vivos.
Com certeza, um céu deveria cobrir, de forma límpida, aquela terra distante. Será que, por lá, a lua se faz presente? E o sol?
Não há dúvidas de que suas presenças far-se-ão visíveis. Ninguém, porém, terá paz para observá-los.
Momentos difíceis e de instabilidade que a todos nós assusta.
No bairro, a incerteza de que a caminhada possa ser interrompida por um assalto.
Alarmes que se espalham por condomínios para fazer frente às possíveis investidas de intrusos.
Mas os cuidados com os pets permanecem. O que é algo invejável, necessário e gratificante.
As máscaras protetoras contra as diversas cepas de doenças, até então desconhecidas, permanecem como requisito indispensável em meio a grupos que se encontram.
O sorriso anda escondido, pois o olhar amistoso tomou o seu lugar. O problema é não se saber quando é amistoso ou perigoso.
Os valores, reconhecidamente importantes, parecem estar em descrédito.
A praça do bairro parece ainda ser um lugar tranquilo, mas cuidado! Nunca se sabe quem está sentado próximo.
O celular é um atrativo e o seu PIX, mais ainda.
Como chegamos até aqui?
Pela modernidade? Pela inobservância dos valores morais e éticos?
Até quando?
As máquinas, que nos cercam, todas estarão nos servindo?
Elas substituíram os homens?
Será que nos servem mesmo? Se afirmativa é a resposta, então, seus manipuladores são os verdadeiros vilões. E, agora, com superpoderes, pois dispõem dessa tecnologia a seu favor.
Que tempos!
A palavra, que nos permite a comunicação, está cada vez mais confusa, dissimulada, muitas vezes, e passível de desconfiança por quem a recebe cotidianamente.
Ah! A palavra poética de um simples versejar seja, talvez, um alento nestes tempos em que a espera se tornou um desejo a alcançar-se num infinito de possibilidades.