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terça-feira, 14 de setembro de 2021

FESTEJEMOS...



Todos os dias devem ser festejados.

Quem tem olhos que se perdem no infinito do céu, no acompanhar dos pingos de chuva que cai sobre a vidraça, no passeio de uma praça ou, até na calçada, ao ver uma formiguinha carregando o seu alimento, estes momentos serão preciosos porque despertarão o que somente os poetas sabem quando aflora. Daí a certeza de que todos os dias são belos porque deles poderão nascer poemas. Poemas que, ao serem lidos por alguém, poderão despertar-lhe para a beleza que é a Vida. E a Vida é um constante ressurgir, como o poema que segue.
 
 
*Obteve o 1º lugar, na categoria POESIA, no Concurso da FECI/2008.

 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 28 de junho de 2019

MELODIAS... PALAVRAS...



A canção de ninar ainda reverbera no interior daquele ser que guardou, nas dobras do tempo, o afeto que dela recebia. Talvez, isto tenha contribuído para uma sensação de paz ao ouvir belas canções bem depois. Uma menininha de apenas oito aninhos que se sensibiliza com o som de canções, exprimindo o desejo de partir para o estudo de música com a escolha de um instrumento musical: um teclado que a acompanharia por muito tempo.

Bem depois, veio o encanto pela palavra escrita ou falada. Ela que nos permite a comunicação com o nosso semelhante, seja ele quem for.

Palavra que nos faz melhores, pois com ela expomos nossas alegrias, tristezas, frustrações, desejos, êxitos. Que, enfim, nos identifica como seres humanos, nós que estamos no ápice da cadeia evolutiva. Com ela, porém, podemos nos aperfeiçoar, lançando sementes para novos olhares sobre coisas aparentemente triviais.

Outros seres humanos poderão, igualmente, encontrarem-se através de palavras escritas que representem novas realidades antes não percebidas, nem sentidas.

Aquilo que toca a nossa sensibilidade de um modo criativo, trazendo uma contribuição para o nosso conhecimento interior, para o sentimento de paz que algumas sonoridades oportunizam, atualmente, é de grande importância.

Em um mundo conturbado, em que a comunicação instantânea não preenche a necessidade do toque, do olhar, do ouvir, do refletir nos momentos de solidão, a música e a palavra são companheiras de altíssimo valor sensorial aos que com elas aprenderam o seu valor.

Bem mais tarde, aquela jovem, diante de situações de tédio, de desesperança e de indefinição foi acolhida por belas partituras clássicas em que Mozart, Beethoven, Händel e Vivaldi eram especialmente escolhidos como parceiros para finais de semana, quando o trabalho cotidiano dava uma trégua.

Algum tempo depois, nossa música popular brasileira, riquíssima, oportunizou outros ritmos, como o nosso samba e tantos outros ritmos regionais do Norte e do Sul deste nosso Brasil, que continuaram encantando aquela garotinha de outrora.

Quando caminhava, ainda pequena, rumo às aulas de música ou quando, diante de um céu, que se mostrava pela janela da sala, ouvia seus compositores preferidos, pode afirmar, sem sombra de dúvida, que todos esses momentos foram de grande importância para uma trajetória que culminou com o nascimento do amor pela palavra.

Ela que nos permite disfarçar lágrimas em versos poeticamente arranjados, em que o ritmo, talvez, possa demonstrar a intensidade das emoções ali concentradas.



Um ritmo trazido pela concentração de acordes e arpejos, mais ou menos intensos, como numa melodia que nos embala ou em versos que nos fazem voar para além do imaginável.

Diante das situações caóticas que nos cercam, as emoções musicais e poéticas são um alívio e uma esperança de autossobrevivência. Tudo em prol de um equilíbrio interior e de uma melhor relação com os próximos a nós.

Momentos de relaxamento com arte é o de que se necessita cada vez mais.








terça-feira, 24 de abril de 2018

SIGNIFICADOS...




Há quem ainda se surpreenda. Para aqueles não habituados às lides da escrita: causa espanto. Nesse mundo das palavras, a avalanche de significados para uma mesma palavra é assombrosa.

De acordo com Othon M. Garcia, em seu livro Comunicação em Prosa Moderna, é o contexto que, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra seja suscetível, lhe impõe um valor “singular”; é o contexto também que a liberta de todas as representações passadas, nela acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor “atual”.

Quando aquela água toda inundou a casa de Belinha, ela já uma garotinha, lembra bem. Aquela cena ficou guardada no baú da memória da menininha.

Hoje, fica surpreendida com a palavra “lavagem” usada, a torto e a direito, pelo noticiário. Vem-lhe à mente aquela cena de água em profusão. Confessa que tem feito um esforço para imaginar tantas notas de real, milhões de notas tomadas pela água.

Cadê a água, Belinha? Ninguém sabe: ninguém viu.

Belinha tem visto, ultimamente, malas e malas de notas de real: todas sequinhas.

Pois é! Esta lavagem nem de água precisa. Precisa, isto sim, de mãos imundas que as levem para tomar banho de “licitude”. De preferência, em outras terras.

Na sua casa, Belinha lembra ter havido um vazamento. Daí a inundação pela água ter ficado visível.

Agora, o vazamento não gerou inundação alguma. Gerou, sim, abertura das comportas de delações.

Cadê a água, Belinha? Nem na lavagem, nem no vazamento a pobre água apareceu.

Episódios bem sugestivos para Belinha voltar ao passado. Sua criancice torna-se cada dia mais um remédio contra estes novos significados para palavras tão suas conhecidas.

A propósito, um poema, que se aventurou a escrever, sobre PEDRAS registra a importância que dá para o significado metafórico, eivado de afeto e lirismo, desobrigado de qualquer lavagem para disfarçar seu conteúdo.






Ah, ia esquecendo!

E as Operações Estruturadas?

Que coisa mais sofisticada! Uma verdadeira organização em que as tarefas são divididas, organizadas e coordenadas, visando ao desvio de valores públicos para distribuição entre os membros da tal organização. Sempre com a aquiescência de setores públicos e privados, garantidores do chamado “investimento no comércio futuro”.

Belinha precisa aprender um pouco mais ainda sobre economia para entender melhor estas estratégias.

Pensando bem, não adiantaria.

Para tal, precisaria adentrar neste mundo lamacento que, aliás, é outro significado que se tem tornado muito atual em nossos dias.

Belinha acha melhor ficar com a poesia. Ela é que nos torna mais humanos na expressão dos sentimentos. E, com certeza, menos profissionais nas lides obscuras dos “capitais” sonegados da sociedade.

É! Belinha prefere enlamear-se de poesia. Ela, sim, é capaz de ser portadora de significantes plenos de significados elevados, bem mais reconhecidos e poeticamente relevantes a todos os amantes.

O poema, transcrito abaixo, apresenta uma água que traz uma missão nobre: tornar-se um oásis para quem deposita nela um olhar amoroso e já entregue.















quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

PARCERIA QUE SE IMPÕE




O que melhor do que a poesia para dizer o indizível. Por rimas tortas ou até sem elas, aventura-se no mundo do inexplicável. Apresenta-se como quem soçobra, mas que emerge, logo ali, travestida de cara nova, porque só ela, a poesia, pode transitar incólume entre o nefasto e o que ainda pulsa de esperança latente.

Em tempos assim, ela tem este condão de fazer imaginar e criar em cada indivíduo uma mensagem que ampara, que consola, que nos torna mais reflexivos.

Sorver a palavra poética é como degustar gota a gota, palavra por palavra, com seus intervalos para perder-se o olhar no entorno e no interior de cada um que está a ler.

A cada leitura de um mesmo poema sempre uma surpresa, porque refletir é o que nos faz humanos.

Seres humanos são polos de energia que concentram força e poder e, portanto, possibilidades de interação com seus semelhantes.

Mesmo sem rima, o ritmo está presente. E a parceria com a música é inevitável.

Difíceis tempos em que a imersão faz-se necessária.

Embora os temas, por vezes, sejam por demais destituídos de beleza, a poesia pode torná-los carregados de sonoridade, de ritmo, o que os torna passíveis de serem harmoniosamente descritos. E qualquer coisa que os torne palatáveis é um bom indicador.

A prosa poética, assim como a poesia, pode emergir de qualquer cena, por mais degradante que se apresente.

Nesta semana, os papagaios, conhecidos também por louros, que enfeitam com seu canto as manhãs do bairro, não se assustaram com o barulho dos helicópteros que sobrevoaram, em mesmo tempo e lugar, os domínios dessas alegres aves.

Permaneceram sobre os telhados, desafiadores como sempre.

Imprimiram som e ritmo para preservar seu território.

Tal qual eles, a palavra poética também, com menor alarde, é capaz de penetrar o subjetivismo de cada um e passar um recado: reflitamos e avaliemos.

Nada é claro, nada é explícito, embora verdadeiro.

A palavra poética, porém, pode explicar o inexplicável e, com certeza, abrir possibilidades de entendimento sobre fatos absolutamente nefastos.

Claro, tudo com as metáforas que dão colorido e até divertem àqueles que se debruçam sobre tais peças literárias.

Nestes tempos obscuros, haja muita prosa poética e música para nos manter informados com aquela dose de encantamento tão útil ao nosso equilíbrio físico/emocional.

Afinal, não podemos soçobrar.

 




Uma bela imagem que inspirou esta breve peça poética.

Que a força daquele canto, tornada melodia, corrobore a parceria.

Que ambas nos salvem desses difíceis tempos.